Vacinação Antirrábica Permanente Protege Cães e Gatos em Guarujá

A Vacinação Antirrábica no município de Guarujá se mantém ativa de forma permanente, mesmo após a suspensão da campanha estadual em São Paulo, ocorrida em 2021. No primeiro trimestre de 2025, 650 cães e gatos foram imunizados contra a raiva, demonstrando o compromisso contínuo com a saúde dos animais e, por extensão, com a saúde pública.

Processo de Agendamento e Cuidados Pós-Vacina

O agendamento para a vacinação pode ser feito pessoalmente na Unidade de Vigilância em Zoonoses, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Para vacinar, os animais devem ter mais de três meses e estar em boas condições de saúde. Após a vacinação, eles não devem tomar banho por 10 dias ou passar por procedimentos cirúrgicos por 30 dias. Os tutores devem apresentar RG ou CPF e a carteira de vacinação do animal, se disponível. Caso contrário, a unidade emite uma nova carteira.

Raiva e Seus Potenciais Transmissores

O médico veterinário Ramiro Martins destaca que Guarujá possui uma extensa área verde com diferentes animais silvestres, como saruês, capivaras e morcegos, que são potenciais transmissores da raiva. "A doença, do gênero Lyssavirus, possui cinco variantes antigênicas: AgV1 e AgV2 (cães), AgV3 (morcegos hematófagos), AgV4 e AgV6 (morcegos insetívoros)", explica Ramiro.

Morcegos: Monitoração e Conservação

Embora a raiva seja mais comum em morcegos, a Unidade de Vigilância em Zoonoses faz monitoramento constante e ressalta que esses animais não devem ser exterminados devido ao seu papel ecológico crucial. "Eles polinizam flores, consomem insetos – incluindo o Aedes aegypti – e contribuem para o reflorestamento", destaca Ramiro. Embora já tenham sido encontrados morcegos com raiva, nunca houve casos em humanos, cães ou gatos no município.

Ações em Caso de Avistamento

Ao avistar morcegos em áreas residenciais, é crucial contatar a Zoonoses para manejo adequado. Morcegos encontrados caídos são conduzidos para exames laboratoriais. Outros animais silvestres são recolhidos pela Guarda Civil Municipal ou pela Polícia Militar Ambiental e enviados ao Centro de Pesquisa e Triagem de Animais Selvagens (Ceptas). Quando uma infecção é confirmada, a Unidade de Vigilância é notificada para ações preventivas.

Sintomas e Prevenção da Raiva

Com uma mortalidade quase total, a raiva manifesta sintomas entre 30 e 50 dias pós-exposição, incluindo febre, delírios e paralisia. Nos animais, é transmitida via saliva e causa agressividade e dificuldade respiratória. A vacinação preventiva em animais domésticos é crucial para controlar a disseminação.

Com a vacinação contínua, Guarujá demonstra um compromisso sério com a saúde pública, protegendo tanto os animais quanto a comunidade humana de uma doença potencialmente fatal.